Pessoas estressadas têm uma tendência maior de desenvolver a patologia
Por Por Marisa De Lucia
Quem de nós nunca se preocupou com a aparência física? Fazemos qualquer esforço para chegarmos aos 60 mantendo a beleza física, mas nos esquecemos de que se nossa mente não estiver bem, todos os cuidados com a beleza exterior vão por água abaixo, não é mesmo?
No Brasil, 6% das 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade sofrem do Mal de Alzheimer, doença neurodegenerativa que provoca o declínio das funções intelectuais, reduzindo as capacidades de trabalho e social e interferindo na personalidade e no comportamento.
Prof. Cassio Rodrigues, pesquisador do assunto
Embora, a princípio, os primeiros sintomas da patologia geralmente aparecem a partir dos 60 anos de idade, pesquisas revelam cada vez com mais frequência relatos de pacientes na literatura nas faixas etárias de 40 a 50 anos e de 50 a 60 anos.
No início da doença, o paciente começa a perder sua memória mais recente lembrando-se com precisão acontecimentos de anos atrás e esquecendo que acabou de realizar uma refeição. Com a evolução do quadro, sua capacidade de compreensão e linguagem é afetada. A pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até para alimentação e higiene pessoal.
O pesquisador e professor adjunto da UNIBAN – Universidade Bandeirante de São Paulo, Cassio Rodrigues, PhD em Neuropsicologia Cognitiva pela Ruhr-Universität Bochum, Alemanha, realizou um projeto que versa sobre a investigação psicolinguística do processamento da linguagem em pacientes portadores da demência do tipo Alzheimer (DTA).
O professor comenta que somente uma pequena parcela da população tem acesso a um tratamento adequado para a demência do tipo Alzheimer. “Infelizmente, o poder público tem falhado no enfrentamento da doença e somente a implantação de uma política pública de saúde para diversas patologias relacionadas ao envelhecimento pode reverter esse quadro”, diz ele.
Quanto aos cuidados para evitar o Alzheimer, hábitos como prática de esportes e alimentação saudáveis, bem como uma vida intelectualmente ativa com leitura de livros e participação em atividades culturais, estão estreitamente correlacionados com uma saúde mental satisfatória.
Outra hipótese recentemente levantada é que pessoas que vivem intensamente sob fatores de estresse têm uma tendência maior de desenvolver a patologia. Isso se explica pelo fato da liberação excessiva de uma substância denominada cortisol, que tem sido identificada em exames histopatológicos de pacientes que faleceram da doença. O professor frisa, no entanto, que se trata de uma hipótese que vem ganhando adeptos recentemente.